sábado, 30 de dezembro de 2017

Ely Barbosa, um artista pouco reconhecido dos quadrinhos nacionais.


Hoje em dia ele é muito pouco lembrado, mas com certeza você já viu um trabalho dele. É dele o visual adotado pela turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo em sua versão em desenho, de 1997 a 2001, quando a Rede Globo optou por outro estilo de traço em suas animações. Mas o que dói lembrar é que esse grande quadrinista brasileiro, aliás, não só isso, como também animador, publicitário e grande criador de conteúdo, está em total esquecimento. Antes mesmo de sua morte, em 2007, vitimado pelo Mal de Parkinson, já não se falava mais dele, isso porque o brasileiro tem mania de falar que em nosso país não temos quadrinistas de expressão, e sequer sabemos reconhecer nossos talentos de verdade. Quem tem mais de 30 anos viveu bons momentos na infância com seus personagens. Mantenho viva na minha memória as historinhas da Turma da Fofura, do Gordo, da Patrícia, personagens que para mim não ficam devendo em nada aos personagens do Maurício de Souza, por exemplo. Lembrando que nos anos 60, ao lado de Maurício de Souza, Júlio Shimamoto e Gedeone Malagola (criador de heróis nacionais, como o Raio Negro), integrou a Associação de Desenhistas de São Paulo (ADESP). Contarei agora minha experiência com as obras desse estimado autor, e a contribuição que ele deixou para minha admiração pela leitura, quadrinhos e animação.


Quando criança eu adorava ler revistinhas em quadrinhos da Turma da Fofura, gibis que dividiam minha atenção (e a disponibilidade nas bancas para o adulto que fosse buscar para mim) com a Turma da Mônica. Anos mais tarde é que fui descobrir a leitura dos quadrinhos Disney. Eu achava o gibi da Turma da Fofura tão bom quanto os do Maurício de Souza, e é curioso hoje saber que a Editora Abril o lançou em substituição aos gibis da Mônica e sua turma, que tinham migrado para a Globo. Fofura é o nome de uma coelhinha branquinha e fofinha, dentuça e de vestidinho vermelho, sendo até fácil fazer uma maliciosa analogia ao personagem mais famoso do Maurício de Souza. Faziam parte de sua turma o cachorro Lambão, o coelho Escovão, e o Nenê, que assim como o Cebolinha, também falava ´´elado``. Como podemos ver, essa turma era mesmo uma fofura. Além da Turma da Fofura, Ely Barbosa lançava pela editora os gibis de seus outros personagens, a Patrícia e o Gordo, que faziam parte de outra turminha, entre ela personagens como Terremoto, um garoto encapetado que tinha como tique produzir o ruído TTTRRRRR, Fininho, e mais outros que minha memória já não permite mais lembrar. Como desde sempre os personagens do Maurício de Souza eram grandes expoentes do sucesso do quadrinho nacional, não é difícil imaginar que os personagens de Ely Barbosa carregassem grande influência de suas obras, era possível reconhecer características semelhantes neles. Terremoto, por exemplo, sempre achei muito parecido com o Cebolinha em suas travessuras, além de acabar se ferrando bonito no final das historinhas. Mas Ely Barbosa era versátil e buscava influência não apenas em um único lugar, se baseava também nas animações que faziam sucesso na época, sem contar seu estilo próprio e a inovação em misturar personagens humanos com animais humanizados, todos eles pertencendo ao mesmo universo de fantasia.  

Bom, mas isso foi nos anos 80, e não foi nessa época que se iniciou a carreira de Ely Barbosa. Seu primeiro trabalho com quadrinhos foi desenhando para os gibis dos Trapalhões, na época da editora Bloch, nos anos 70. Cheguei a ver umas edições avulsas em alguns sebos do meu bairro de infância, e para falar a verdade nunca me interessei em conhecer. O legal mesmo era a versão mirim do quarteto, publicada também pela Editora Abril, muitos anos depois. Ainda nos anos 70 chegou a trabalhar com o Silvio Santos produzindo animações e criando personagens para publicidades. Produziu o comercial, hoje cultuado, da DDDrin, empresa especializada em controle de pragas, bem ao estilo da Insetisan, velha conhecida até mesmo de quem não foi da época. Produziu trechos de animação do filme Aventuras com Tio Maneco (1971, Flávio Migliaccio), juntamente com Ziraldo.
Mas creio que seu grande êxito artístico foi o lançamento do gibi Cacá e Sua Turma, lançado em 1977, quando decidiu desistir de trabalhar com animação e passar a se dedicar aos quadrinhos. Cacá é um cachorro simpático, e em seu gibi tinha historinhas de Lili e Dentinho, personagens já conhecidos do tempo em que trabalhava com Sílvio Santos, João Banana, Turma da Fofura, Turma do Gordo, e em sua segunda fase, os Tutti-Fruttis e os Amendoins, estes últimos de grande apelo ao público não infantil. Apesar de todo sucesso inicial, o gibi saiu de circulação em 1982.



Os primeiros quadrinhos feitos por Ely Barbosa foi para o gibi de Os Trapalhões

Em 1983 vai ao ar na Band o programa TV Tutti-Frutti, do Estúdio Elly Barbosa, com bonecos animados de seus personagens. Uma espécie de TV Colosso ou Vila Sésamo da época. O programa rendeu o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Pouco depois, a Rede Bandeirantes exibia Boa Noite Amiguinhos, um programinha que passava às 20:00 com uma história de até cinco minutos com os personagens da Turma da Fofura. No final, um clipe bem fofo para botar as crianças para dormir. Mais tarde estreava Fofura na TV, série de conteúdo didático, que teve uma boa projeção internacional. Esses programas me lembram um pouco os Muppets.





No começo da década de 90, os gibis de Ely Barbosa pela Editora Abril foram cancelados. O autor volta então a se dedicar à publicidade, além de publicar romances e livros infantis. Seu maior sucesso literário até hoje é Onde Estamos, publicado pela editora Paulinas. Em 2002 é relançado a coleção Sílvio Santos Para Crianças, projeto feito em parceria entre o apresentador e o desenhista nos anos 70, porém com a arte refeita.



Contudo, o que realmente aproveitei do autor foram seus quadrinhos dos anos 80 mesmo, o que para mim já é uma experiência muito estimada. Os detalhes de sua biografia e de suas obras fui me informando pouco a pouco em sondagens pela internet, e tudo que me rendeu foi a sensação de que perdemos um grande autor brasileiro de obras infantis que sequer foi prestigiado corretamente. Pois, se nos anos 70 e início dos anos 80 ele pôde ter um certo reconhecimento, nos dias de hoje ele mereceria ser relembrado, suas obras republicadas, e seu nome creditado como um dos maiores cartunistas e empresários brasileiros, ao lado de Maurício de Souza e Ziraldo. Esperaremos que, mesmo depois de sua morte, sua obra possa ser apreciada por gerações futuras, e que aprendamos a tempo que nossas obras, ao menos em termos de criação, não estão abaixo de produções como a Disney, já que dinheiro e empreendimento é bem diferente.


Um Passeio no Cometa

Ainda quando lia seus gibis, morria de vontade de ter um brinquedo da Turma da Fofura, mas não existia. Fantasiava em ver os personagens reais, em carne ou osso, mesmo em animação (ainda era muito pequeno e nem sabia que chegou a existir o Boa Noite, Amiguinhos), tal como tinha com os personagens da Turma da Mônica, pessoas reais interpretando os personagens com máscaras e fantasias em rápidas apresentações. Eis que um dia vi estampado atrás de um gibi a propaganda da peça com a Turma da Fofura chamada Um Passeio no Cometa, sendo trazida em VHS pela Globo Filmes. Não cheguei a assistir a fitinha, mas já deu para matar um pouquinho minha vontade de ver os personagens fora das páginas dos gibis apenas olhando a capa da VHS. É lógico que fiquei sonhando por um bom tempo que estava assistindo a fita, mas só pude satisfazer minha vontade dia desses, graças ao nosso querido Youtube. 



Curiosidades:

Ely Barbosa era irmão do novelista Benedito Ruy Barbosa. Os personagens do programa Oradukapeta,  apresentado por Sérgio Mallandro nos anos 80, Anjinha e Capetinha, foram criações de Ely.



terça-feira, 28 de novembro de 2017

Uma aula de como deve ser a interação entre criança e artista


Estive lembrando de uma peça que assisti quando tinha uns cinco anos, no Jardim 3, como era chamado o Pré 2 da época. Na peça tinha um cachorro chamado Gaspar, que nada mais era que um ator vestido com uma fantasia muito feia, a despeito do desenho de cachorro fofinho que estampava o convite da peça infantil. Só recentemente fui me lembrar que a peça se chamava O Rapto das Cebolinhas, isso depois de pesquisar o tal cachorro Gaspar, personagem que foi mais marcante para mim. Interessante é saber que a peça continua sendo apresentada por aí afora, como não podia deixar de ser, clássicos não morrem, sejam do teatro, da literatura ou do imaginário infantil, que estão sempre se reinventando. É curioso também ver que do meu tempo para cá pouca coisa evoluiu nas apresentações, a fantasia continua a mesma cafona de sempre, o que agora percebemos que dá um tremendo charme ao personagem e à história. Mas o que eu queria comentar não era nada disso. O que até hoje lembro é que na época que assisti a peça nessa excursão do colégio, um coleguinha meu que não parava de chupar balas enquanto assistia jogou uma para os atores no palco. O ator que interpretava o Gaspar, sem se deixar desconsertar com tal ação que não passou despercebida nem ao público, pegou o doce e ofereceu a um dos bandidos que estavam capturados. Uma atriz participante de cena, percebendo que também precisava improvisar tal qual seu companheiro, dizia assim para o cachorro simpático: ´´Não dá para eles não, Gaspar. Eles são bandidos``. Gaspar então acabou colocando a bala na boca pondo fim na situação, agradecendo ao menino fazendo o sinal de joinha. O menino se surpreendeu, aliás, todos que assistiam a cena acharam o improviso de tamanha grandiosidade de espírito. O menino até que gritou bem alto, erguendo o braço para mostrar o drops que tinha na mão: ´´Tem mais aqui, Gaspar!``, mas já era hora de voltar à cena, mesmo que o personagem cachorro, todo bobo, ficasse olhando a criança numa interpretação graciosa. Mas tal qual seus companheiros de cena, o ator voltava a prestar atenção no que estava escrito no roteiro, os meliantes capturados. 
No final da peça crianças se acotovelavam para abraçar Gaspar, que com boa vontade dava atenção a todas elas. É o ofício de estar em contato com o público infantil. E isso não me sai da memória até hoje, quando vemos por aí e ficamos sabendo de casos de desconstrução entre artista e público, ainda mais em se tratando de público infantil, muitas vezes situações débeis e constrangedoras, isso quando tem gente chamando de coisa pior. Vemos por aí falta de espírito, falta de humor, falta de saber lidar com o público não adulto. O espetáculo acaba sendo levado por um caminho diferente do proposto, e o mais triste ainda é imaginar que tem quem faça isso de propósito. O artista precisa saber que inserção de gestos infantis não contribuem para atrapalhar, muito pelo contrário, aumenta a interatividade entre público e artista de maneira saudável, o que seria de grande exemplo para os dias de hoje, ensinando o que é arte de verdade.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Abaixo os paga paus de Power Rangers



Bem que tentei gostar do filme dos Power Rangers, mas parando para pensar percebo o quanto foi fraquinho. História arrastada, elementos mal distribuídos, falta de ação e ritmo pesaroso contribuíram para que o filme não fosse tão amado assim. Mas o pior é lembrar que andam dizendo por aí que o filme precisaria ser mais, digamos assim, infantilóide para agradar ao público alvo. Sim, de fato PR é um produto infantil, mas não precisa ser idiota, pois como todos sabemos, não precisamos subestimar o intelecto das crianças. Incomoda lembrar dos sentais originais japoneses no qual a franquia é baseada, hoje em dia também muito infantis e idiotas, mas nem sembre foi assim, basta lembrarmos dos que passaram por aqui, Changeman, Flashman, Goggle V (o mais bizarro de todos, porém de importância ímpar em terras brasileiras) e Maskman. Cada vez ofuscando mais a imagem do verdadeiro sentai, essa maldita adaptação infelizmente se tornou referência de gênero de heróis coloridos, as crianças de hoje só as reconhecem pelo bizarro nome Power Rangers, não importando se a série em questão se trata da adaptação de Saban ou não. Oficialmente ou não, a marca PR é um grande impedimento para que outras séries do gênero se tornem queridas por aqui, dá vontade de esganar aqueles que defendem essa maldita marca. Tudo bem que é graças a essa adaptação que talvez exista sentai até hoje, mas o que podemos fazer é lamentar. Lamentar que seja assim, que um gênero tão forte precise contar com as mãos de um outro individuo, não nipônico, para tornar o gênero conhecido em outros lugares do mundo. Imagina se no Brasil também fosse assim, se Changeman, por exemplo, tivessem cenas refilmadas com atores de ´´Malhação`` para interpretar os heróis em sua forma civil? Saban (tudo bem, ele é egípcio, me parece) parece ser racista, se glorifica do tipico gênero de herói americano, e todo mundo acha uma maravilha. Nem cena de vilões japoneses os sentais hoje estão gravando para ficar mais conveniente para a adaptação, note a ausência de vilões marcantes em produções recentes. Sendo assim, porque a Saban não cria seu próprio sentai, em vez de aproveitar cenas dos seriados de outra produtora? Ok, eles filmam uma coisinha ou outra, mas o conceito, os uniformes, veículos, robôs e monstros são tudo utilizados dos originais mesmo. É, esse maldito seriado americano realmente acaba com os heróis japoneses. Os japoneses chegaram a ´´estragar`` um herói americano aqui e ali também, mas nada tão impactante quanto essa massaroca chamada Power Ranger, em breve falarei mais sobre isso nesse blog. 
Aqui você não vai ler falando bem de Power Rangers. Escreverei mais sobre tokusatsu, mas se você é um apreciador de PR talvez se sentirá mais incomodado em postagens futuras. No meu tempo de moleque Power Rangers era só o Mighty Morphin mesmo, e no tempo do Jason, Billy e Trini. 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Coleção Salve-se Quem Puder (Livro jogo)



Tá aí um livro jogo que não é nem Aventuras Fantásticas nem RPG, a coleção da Scipione, Salve-se Quem Puder, que tive a oportunidade de ler / jogar recentemente, e este volume foi A Cidade Submersa, historinha bacana que me trouxe por alguns momentos de volta à infância. Descobri essa coleção nos anos 90, mesma época em que a série Aventuras Fantásticas bombava nas livrarias, mas não teve o mesmo reconhecimento que essa série de fantasia e até os dias de hoje é pouco lembrada, o que acho muito injusto. Em comum com a série da Marques Saraiva só mesmo o fato de não se tratar de um livro tradicional, e sim um jogo interativo com uma história de pano de fundo, que nos diverte até termos a sensação de completar a missão, que no caso é terminar o livro. Em Salve-se Quem Puder não precisamos de dados, anotações, nada disso. Não há combates, você não escolhe seu caminho, você tem muita ajuda para completar a missão, é oferecido pistas, você pode seguir adiante mesmo errando ou desistindo e lendo a solução para o problema na página de respostas, não há mortes, e o público alvo são as crianças, ao contrário de Aventuras Fantásticas, onde crianças, adolescentes e adultos sentem o mesmo prazer na aventura. Aqui toda página tem uma história em quadrinho, é tudo bem desenhado e bonitinho, auto explicativo, provavelmente seu objetivo principal é fazer as crianças tomarem gosto pela leitura brincando, além de desenvolver seu raciocínio e incentivá-las a pensar mais, aprendendo a encontrar soluções. Além disso, é um ótimo passatempo para unir pais e filhos, já que um livro tão interessante desses não deve passar despercebido aos olhos dos adultos, aumentando sua interatividade com os filhos e os fazendo pensar em equipe. Enfim, é igualmente injusto comparar essa coleção com Aventuras Fantásticas, Salve-se Quem Puder tem seu próprio mérito, e afinal de contas existiram outras coleções de livros jogos que não precisam ser comparadas, como a Enrola e Desenrola, que falaremos em um outro post. Acredito que assim como eu, muita gente teve em mãos na infância ao menos um exemplar dessa coleção e sabe bem do que estou falando. Para mim é uma leitura super recomendada, não só para as crianças, como também para os adultos redescobrirem ou mesmo passarem a conhecer. Imagino ser fácil de encontrar em qualquer sebo, este exemplar de A Cidade Submersa tive a sorte de encontrar e bem baratinho, e até mesmo pelo Mercado Livre. Baixar versões em scans, pdf ou, se tiver, ler uma versão online, pode ser uma alternativa, mas nada substitui o prazer de ter um exemplar histórico desses livrinhos, que embora não carregue a alcunha de ´´livros jogos´´ eu assim os batizo. Não sei se foi relançado, e por mais que eu procure não consigo encontrar informações dos criadores, do ano de lançamento e da história da coleção, mas continuarei minha busca por outros volumes, mesmo os que já conheci na infância, e conhecer o maior número de desafios possíveis dessa coleção, entre eles desafios super fáceis, outros complexos, outros intuitivos, outros até mesmo controversos, que acaba pregando uma peça no leitor que por ventura possa ter outro ponto de vista, mas que mesmo assim o faz aprender a enxergar para os lados e entender o que lhe passa despercebido. Para entender melhor o que estou dizendo, só mesmo lendo um desses livros.


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Um Homem Aranha que esperávamos, mas que ainda não supera o de 2002



Até que enfim um filme bom do Aranha, tal como esperávamos a muito tempo. Mas ainda prefiro Tobey Maguire vivendo o herói, ainda considero a trilogia de Sam Raimi imbatível, mesmo o terceiro filme tendo tantos hatters o vejo como um bom filme, embora não sendo perfeito. Em De Volta ao Lar Peter deixa de ser aquele nerd solitário e tem uma turma de amigos nerds, já numa fase boa nesses tempos atuais em que ser nerd não é ser sofredor, é cult, Big Bang Theory está aí para provar isso. Inclusive o valentão da escola que vivia fazendo bullyng com Peter é também um nerd nessa nova versão, e isso me causou estranhamento, o ator parece até um indiano. Tia May agora é uma senhora enxuta, mais até que a anterior, tio Ben sequer é arranhado, Peter aparentemente tem dificuldade em usar os poderes que lhe foram conferidos pela picada da aranha radioativa, nada de sensor de aranha, parece que o traje realmente é tudo para ele, como não devia ser, afinal ele não é um Homem de Ferro mais novo, e aquela vozinha feminina falando com ele o tempo todo tal como o Jarvis também incomodou. Mas o roteiro é bom, e como Peter aprende e mostra no final, ele é bem mais que o uniforme a despeito do que pensava. Michael Keaton fez um Abutre que não decepcionou, trabalhado em um tom ideal, porém é exagero dizer que foi um vilão como nenhum outro da Marvel conseguiu ser nos últimos anos, como está sendo normal ouvir por aí. Torceremos para que o próximo vilão seja o Duende Verde, desta vez de maneira acertada, já que temos razões para acreditar no bom senso de quem está por trás deste novo aracnídeo. Ainda estão nos devendo um interesse amoroso familiar ao Peter, nada de nerds esquisitas, ou ao menos que lembre minimamente as personagens que estamos acostumados, uma nova versão do Harry sem necessariamente ser um nerd, e a inclusão aqui e ali de outro herói Marvel, além do Homem de Ferro. Falando em Tony Stark, ele aparece de forma dosada, não ofuscando o Homem Aranha de Tom Holland em momento algum, como temíamos vendo os trailers. Obrigado Marvel. Mas por favor, que o próximo traje seja menos incrementado, ao que parece o herói vai se tornar mais livre e menos dependente da tecnologia e direcionamento do Stark, e assim vamos ter um Homem Aranha mais completo, que age sozinho, além de começar a trabalhar no Clarim, se interessando pelo ofício da fotografia, não em vlogs, afinal de contas hoje todo mundo faz vídeo para o Youtube e isso não conta como fotografia. Ou será que pensam que sim?

terça-feira, 11 de julho de 2017

Space Squad Gavan vs Dekaranger - Crítica COM SPOILER

Porque o nome Gavan vs Dekaranger? Os heróis não lutaram entre si, pelo contrário, se juntaram para uma causa em comum, apesar de alguns tropeções pelo caminho.

Acabei de assistir Girls in Trouble e Gavan vs Dekaranger, e para mim o saldo total foi positivo. O primeiro não achei tão divertido, nem mesmo pela aparição da Herbaria (Hellvira no original), que apesar do visual bem bonito não era a Herbaria que estávamos acostumados. Sem ligação nenhuma com a Herbaria de Spielvan, a impressão que tivemos era que apenas aproveitaram o visual para criar uma vilã interessante. Benikiba, inicialmente apresentada como a mesma vilã do Jiraiya, também não é nada do que esperávamos, mas acho que a gente pode perdoar, já que essa nova Benikiba é uma gata. Porém, o filme tem muitas cenas de luta, o que acredito ser o melhor do filme, além de servir como prólogo para o primeiro episódio de Space Squad, que torcemos para ter as prometidas sequencias de fazer cair o queixo de qualquer fan de tokusatsu, ou mesmo apenas dos saudosistas que acompanharam parte desses heróis na Manchete. O roteiro é fraco, e a história cansativa de se assistir. Como já tínhamos ouvido falar, Herbaria só aparece nesse capítulo introdutório e é derrotada.

Já Gavan vs Dekaranger, apesar de algumas coisas me incomodarem, achei um filme bom. O roteiro é bem construído, tem mesmo estrutura de filme de cinema, mais até do que qualquer Super Hero Taisen. Já que o projeto é mais ambicioso, poderíamos esperar um CGI mais caprichado, principalmente na parte das naves, e ficamos apenas na vontade. As cenas de luta são de tirar o fôlego, mas fiquei um pouco frustrado ao saber que esse Mad Gallant, o nosso MacGaren, não era o mesmo da série do Jaspion, apenas a tecnologia de sua armadura era aproveitada, mas me consolei com a citação do herói, da tecnologia Metaltex, do planeta Edin, e especialmente os flashbacks, que embora curtos foram suficientes para empolgar muito marmanjo por aqui, especialmente no momento em que Gavan lança um ´´Espadium Laser`` em MacGaren. A participação do primeiro Gavan e a solução encontrada para se derrotar o vilão principal é válida e consegue emocionar até os mais insensíveis. O roteiro ainda apresenta alguns defeitos que não me passaram batidos, como exemplo posso citar a solução tosca que a comandante Sophie ´´encontrou`` para fazer o Gavan entrar em contato com os Dekaranger, a falta de explicação quanto ao desaparecimento do dono da empresa de fraldas, que teve uma importância crucial no plano dos vilões, a ressurreição de Satan Ghost. Este sim esperamos que seja o original, não uma cópia barata. E ninguém me convence que ele foi destruído tão facilmente quanto sugerido no final. Ah, e o fato desse novo Mad Gallant ter sobrevivido depois do ´´Espadium Laser``, tendo apenas sua armadura destruída, também achei difícil de engolir.

Esse primeiro episódio de Space Squad valeu pela nostalgia, pena nós brasileiros não podermos colaborar de maneira legal com o projeto. Foi realmente digno de ser exibido no cinema, bem melhor que o filme dos Power Rangers, com quem sofreu comparações desde o início do ano, por ser um filme de tokusatsu ´´de verdade``. Um bom presente para nós, fans saudosistas. Que o projeto engatilhe e que possamos ver, a nosso modo, outros Space Squad com mais heróis de nossa infância. Esse primeiro teve até cena pós crédito, achei uma belezura.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

Elenco brasileiro de Game of Thrones

GOT vem chegando em sua 7ª temporada esse mês e com isso não se fala em outra coisa. Enquanto aguardamos, e já entrando na onda, estive aqui imaginando como seria o elenco de Got se fosse filmado no Brasil. Não fui muito longe, pensei apenas nos personagens mais recorrentes da 1ª temporada, e sei também que a ideia não é nova, mas se alguns atores imaginados para sua versão brasileira ficaram bem parecidos com os originais, outros achei que não combinavam nem um pouco. Enfim, fiz minha escalação, comentem o que acharam e se vale a pena fazer com personagens de outras temporadas.


                                                Klara Castanho como Arya Stark

Renato Cavalcanti como Bran Stark

Vladimir Brichita como Sandor Clegane

Denise Del Vecchio como Catelyn Stark

Alexia Dechamps como Cersei Lannister

 Mariana Ximenez como Daenerys Targaryen

Reynaldo Gianecchini  como Petyr Baelish

Lully de Verdade (Youtuber) como Goiva

Miguel Nader como Hodor

 Henri Castelli como Jaime Lannister

Caio Paduan como Jon Snow

Vítor Thiré como Joffrey Baratheon

Marcello Novaes como Jorah Mormont

 Juliano Cazarré como Khal Drogo

Lícurgo Spínola como Eddard stark

Rafinha Bastos como Renly Baratheon

Klebber Toledo como Robb Stark

Charles Paraventi como Robert Baratheon

Totoro como Samwell Tarly

Marina Ruy Barbosa como Sansa Stark

 João Velho como Theon Greyjoy

Herson Capri como Tywin Lannister 

Giovanni Venturini como Tyrion Lannister

Marcelo taz como Varys

 Rafael Vitti como Viserys




quarta-feira, 28 de junho de 2017

Já inventaram os ``Novos Trapalhões`` antes



Recentemente tem circulado a notícia de que uma nova versão de Os Trapalhões será lançada no dia 17 de julho no canal Viva, tendo no elenco, além dos Trapalhões remanescentes originais, o filho do Mussum e o Gui Santana, ex Pânico, que para mim foram as melhores opções para integrar a recente versão do quarteto. Os outros dois, Lucas Veloso e Bruno Gissoni, ainda não consigo reconhecê-los como bons sucessores. Não creio que o quarteto merecesse um remake, afinal, em clássico não se mexe, apenas deveria ter seus quadros todos reexibidos na programação do Viva. Esse remake provavelmente veio na onda da Nova Escolinha, que acabou se tornando mais uma homenagem do que qualquer outra coisa. Se essa nova versão vai ficar legal ou não, pouco importa, o que não devemos é nos esquecer que Os Tapalhões já tiveram uma nova versão, mesmo não reconhecida, o que acredito veementemente não ser o único a pensar desse jeito. E essa versão não é nem brasileira.

Big Bang Theory acabou se tornando o quarteto cômico que supriu a ausência de Os Trapalhões na TV que sentíamos desde a infância. Seus personagens não são sucessores oficiais, mas consigo reconhecer características de todos os quatro Trapalhões em cada um deles, o que pode ser coincidência ou não. Pode até mesmo ser que os criadores do seriado americano, Chuck Lorre e Bill Prady, tenham assistido alguns quadros desse nosso humorístico e tenham sido influenciado ao criar a personalidade dos quatro nerds principais, por que não? E com a série ainda em exibição, para que assistir a esse despropositado remake, pergunto eu.

 Didi Mocó x Sheldon Cooper 

Bem ou mal, sendo amado ou detestado, é o personagem principal do quarteto. Antissocial, consegue se divertir sozinho, irritante, cheio de manias, irrita os amigos, deus e o mundo e  mesmo assim acaba tirando proveito dessas qualidades. E é impossível imaginar o seriado sem eles.
 Dedé Santana x Leonard Hofstadter 

Não é tão engraçado como os outros, muitos diriam que são personagens escadas, mas na verdade são tão importantes quanto os demais. Faz o estilo correto, pouco afeito a brincadeiras e gozações, está sempre fazendo duplinha com o personagem principal, mas acaba fazendo papel de trouxa e vítima das maluquices de seus companheiros. 

  Mussum x  Howard Wolowitz

Farrista, mulherengo e contador de histórias. Pelo menos nas primeiras temporadas Wolowitz era assim. Mesmo que não fossem necessariamente sortudos com as mulheres, os dois não perdiam a oportunidade de apreciar o material, se aproximar vez em sempre mesmo as afastando, cheios de truques na manga para tentar impressionar.
Zacarias x Rajesh Koothrappali

Tímido com as mulheres, é também o mais meigo e fofinho dos quatro. Se a princípio sua aparente fragilidade põe em dúvida sua masculinidade, ele não tarda a provar que é sim um admirador do sexo oposto, e até se dá bem de vez em quando... claro que se a moça der em cima dele primeiro, por que não tem coragem nem de iniciar uma aproximação.

E vocês, o que acham da minha teroria?


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Melhor filme da DC desde O Cavaleiro das Trevas Ressurge



Não entendo a mania de certos críticos não estarem satisfeitos com nada. De longe Mulher Maravilha é o filme que a DC precisava ter feito há tempos. Depois deste, o segundo melhor foi Batman vs Superman, não a versão para cinema, e sim a estendida. Mulher Maravilha tem todos os componentes que um bom filme de origem de herói deve ter, desde a escolha do elenco, um roteiro funcional e cheio de ação, à muita cena de luta no final, um dos principais motivos de tanto crítico sentir-se incomodado, pois aparentemente pensavam em um filme mais cult que fugisse dos padrões de um filme estilo Marvel, mas devemos lembrar que as cenas de porrada não podiam jamais serem deixadas de lado, e que o filme não é feito apenas para quem sabe tudo dos quadrinhos, e sim é cinema pipoca, entretenimento para toda família. A DC não ia mais arriscar em fazer uma coisa diferente e amargar uma nova derrota. A única reclamação que tenho a esse filme é a falta de cena pós crédito. Além de tudo, é um filme bem diferente por se tratar de uma super heroína, e que, a bem da verdade, nunca teve um filme decente sobre super heroínas, pelo menos não nas últimas décadas. O filme tira de letra sem ser machista, sem sexualizar o gênero feminino, e sem ser feminista, apenas um filme de ação e pouca falação, mostrando que elas não ficam devendo em nada, tirando um e outro comentário sexista inevitável que mostra o quanto os homens podem ser incovenientes. Mais que isso, é um filme que trouxe várias meninas ao cinema as fazendo se interessar em produções cinematográficas de heróis, o que é bem positivo, já que antes crianças que se interessavam por filmes do tipo eram sempre meninos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Kyutama dancing sofreu censura e teve parte modificada


Kyutama dancing, música de encerramento de Uchuu Sentai Kyuranger, tem uma coreografia bem interessante, e isso acaba fazendo o encerramento do sentai atual ser considerado por muitos como um dos melhores, inclusive por mim, e olha que eu não era fan de encerramento com dancinha. Isso porque, em determinado trecho, os heróis fazem gestos obscenos com toda naturalidade, mesmo em apresentações infantis, e me pergunto se os realizadores da coreografia ou são ingênuos demais para perceberem algum tipo de malícia, ou se são sem noção mesmo. Tente imaginar se fosse moda hoje em dia essas produções na TV brasileira, como as crianças receberiam essa tal inovadora dança, o que ia ter de criança zoando, fazendo nas escolas, despertando atenção de pais e mestres, provocando censura, textão na Internet e essa coisa toda. Mesmo para os padrões de nossa cultura, devemos lembrar que é um seriado feito para as crianças, e que os tempos são outros. Não à toa, a dancinha sofreu uma alteração, mostrando que tanto do outro lado do mundo como por aqui as coisas até que são parecidas. Provavelmente os pais acharam essa dança no mínimo ousada para não dizer outra coisa, e os passinhos agora já não tem mais duplo sentido. Para quem não conhece ou não tem ideia do que estou falando, assista as duas versões da coreografia, a antiga e a atual, e comprove que a substituição veio a calhar. 
Obs: Problemas com direitos autorais podem fazer os vídeos não ficarem disponíveis por muito tempo. Talvez por isso não consegui encontrar a primeira versão do encerramento do próprio seriado.

Antiga versão:



Nova versão:



Não sou um cara chato, politicamente correto ou qualquer dessas coisas, mas acontece que, nessa sociedade que vivemos, tudo é motivo para virar chacota, piada ou mesmo processo, portanto é melhor tomar cuidado com dúbias interpretações. Será que aqueles malucos que fazem sites de teorias da conspiração, Anti NOM, Illuminati, essas coisas, não descobriram essa coreografia? Prato feito para eles dizerem que estão cada vez mais implementando sexualidade em produções infantis, tudo subliminarmente, para deixar as crianças familiarizadas com pornografia e obscenidade gratuita, neste terreno que está sendo preparado pelos poderosos inescrupulosos que em breve será denominado como A Nova Ordem Mundial. ha,ha,ha,ha,ha,ha,ha,ha,ha!!!!



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Bem melhor que o original



Vou dar o braço a torcer. Power Rangers: Ninja Steel é bem melhor que Shuriken Sentai Ninninger.
É a primeira vez que consigo achar uma adaptação da Sabam melhor que o sentai original, mas é por aí mesmo. Ninninger foi uma série horrível, e quem assistiu alguns episódios sabe bem do que estou falando. A nova série Power Rangers, exibida pela Nick EUA, foi interrompida em seu oitavo episódio, não sei exatamente porque, apenas que continuará no semestre seguinte. Dos episódios que foram exibidos até então, os dois últimos estou achando bem difícil encontrar para assistir. Mas essa temporada é muito boa, espero de coração que continue, nem parece que aproveitaram apenas o visual para criar uma série totalmente nova, tem cara mesmo de remake, e um remake melhorado. O vermelho, Brody, tem toda uma explicação para ser um cara infantil e esquisito, já que passou os últimos dez anos longe de nossa civilização terrena, além de também ter feito parte de uma família ninja. O azulzinho, Preston, é mesmo um mágico de quinta categoria que faz apresentações tosquíssimas no colégio, além dos outros personagens, todos bem carismáticos, com destaque da brasileira Chrystiane Lopes como Sarah, a Ranger Rosa. É interessante ver o robô de Brody, RedBot, ser bem parecido com o Zord que ele pilota, e outros elementos que fazem Power Ranger continuar sendo a franquia que sempre foi, como o humor ingênuo e o espírito adolescente. Micky Kanic então, está se saindo meu mentor favorito. Recomendo essa série, que nos dá a impressão que ao menos Ninninger pôde ser aproveitado para uma coisa boa. Estreará em nossa terra em junho, no Cartoon Network